ESCOLMA POETICA DESCRITIVA-INTRODUÇÃO
PRIMEIRA PARTE-DESDE OS CELTAS ATE O SÉCULO XII
A Épica tem algo de lírica,porém a lírica vai mais
além da épica por seu caráter anterior, individual e intimista. As duas têm em
comum esse rasgo musical que define à poética. O ser humano que chora, se
lamenta de sua condição ou se emociona de prazer com a natureza e seus atritos,
esse ser humano que choca uma pedra com outra pelo goze de tal atrito, de qual
proceder também se infere seu poder de
dominação e conquista. O roce de dois corpos pode ser amatorio ou homicida, ou
as duas coisas ao mesmo tempo também podem ser, devido ao complexo da condição
humana, pois existe também uma épica do orgulho de não se deixar vencer; mas
apesar disto também a violência vem da consciência subjetiva, sendo assim poder
ser tremendamente cruel e cantar como as deuses e deuses em dom generoso da
natureza. ¡Ai!..., ¡A épica! O dizer se é a condição homicida anterior à
amatoria, ou se são mulher e homem maus por natureza e depois bons na caridade,
ou se é pelo contrário a verdadeira identidade uma sozinha e cheia de harmonia
apaciguadora, e a sua vez perdida a candura brota um suco de esperança de vida
e desejo de voltar a essas raízes amatorias, uma introspeção subjetiva que
procura a paz tendo que se encontrar no meio de batalhas, numa guerra de
cruzadas provocadas pela condição mais infame da humanidade.
John William Waterhouse-Ulises e as Sereias |
“Há quem canta como uma oferenda sangrenta e quem o faz como os rouxinóis”.
Por conseguinte a lira, logo o fórminge, que
está entre a lira e a cítara…
Suicídio de
Áyax o grande por Nicolas Poussin
|
“Quando chegaram Fénix, Áyax e Ulisses como embaixadores de Agamenão ante a loja de Aquiles, o encontraram tocando na fórminge uma melancolica melodia. Sua única companhia era seu amigo Patroclo e o silêncio da noite”.
Musa celeste II, os grandes ciclos: Herácles,
Jasón e Troya-Jesús Taboada
E com a cítara aparece também a cítole, que
parece ser um instrumento diferente da primeira,mais antigacum:
A Donzela Bem-aventurada
A Donzela Bem-aventurada inclinou-se
sobre a baranda de ouro do Céu;
seus olhos eram mais profundos que a fundura
de águas aquietadas ao entardecer;
tinha três lírios na mão,
e as estrelas de seu cabelo eram sete.
A seu vestido, solto desde o broche da bainha,
não o enfeitava nenhuma flor,
exceto uma rosa branca, presente de Mara,
levada convenentemente para o ofício
seu cabelo, que caía ao longo de suas costas
era amarelo como o trigo maduro.
A ela lhe parecia ter passado quasse não um
dia
de que era uma das coristas de Deus;
ainda não se tinha ido do todo o assombro
de sua tranquila mirada,
para aqueles a quem ela tinha deixado, seu dia
tinha sido contado como dez anos.
(Para um, são dez anos de anos.
...E no entanto, neste mesmo lugar,
ela se inclinou uma vez sobre mim, - seus
cabelos
caíam sobre meu rosto...
Nada: a queda otonhal das folhas.
O ano inteiro passa veloz.)
Sobre a muralha da casa de Deus
ela estava de pé;
edificada por Deus sobre a profundidade
vertical
onde começa o Espaço;
tão alta, que olhando desde ali para abaixo
ela mal podia ver o sol.
[A casa] está no Céu, para além do torrente
de éter, como uma ponte.
Abaixo, as marés do dia e da
noite com lumes e escuridão formam
o vazio, que chega até o fundo onde este mundo
gira como um mosquito irritado.
A seu ao redor, amantes re-encontrados
entre as aclamações imortais do amor,
pronunciavam entre si,
seus nomes lembrados no coração;
e as almas, que iam subindo para Deus
passavam a seu lado como delgadas chamas.
Mas ela seguia inclinando-se, e observando
para abaixo desde aquele balcão;
até que seu peito deveu
entibiar o metal da baranda,
e os lirios ficaram como dormidos
ao longo de seu braço dobrado.
Desde esse lugar fixo no Céu ela viu
que o tempo se agitava como um pulso intenso
através de todos os mundos. Sua mirada
esforçava-se,
por atingir através desse grande abismo
seu caminho; e depois ela falou uma vez como
quando as estrelas cantaram em suas esferas.
O sol tinha-se ido agora; a encaracolada lua
era como uma pequena pluma
esvoaçando no abismo; e agora
ela falou através do ar inquieto.
Sua voz era como a voz que tinham as estrelas
quando cantaram juntas.
(¡Ah, quão doce! Inclusive agora, nessa canção
de pássaro,
¿não tentavam talvez suas palavras,
atingir a lonjura? Quando essas sinetas
possuíram o ar do meio dia,
¿não tentaram talvez seus passos chegar a meu
lado
baixando aquela resonante escada?)
´Desejo que ele vinga a mim,
porque ele virá`, disse ela.
´¿Talvez não tenho rezado ao Céu?-na terra,
Senhor, Senhor, ¿talvez ele não tem rezado?
¿Não são dois rogaçãos uma perfeita força?
¿E devo sentir medo?`
´Quando a auréola rodeie sua cabeça,
e ele esteja vestido de alvo,
eu tomá-o-ei da mão e levá-o-ei
aos fundos poços de luz;
e baixaremos até a corrente,
e banhar-nos-emos à vista de Deus`
´Estaremos de pé ao lado desse santuário,
oculto, afastado, não pisado,
cujos candeeiros estão agitados continuamente
com as preces que sobem para Deus;
e veremos nossas velhas preces cumprir-se e
dissolver-se
como se fossem nubecinhas.
E dormiremos à sombra
dessa mítica árvore vivente
em cujo secreto ramagem
sente-se que às vezes está a Pomba,
e a cada folha que tocam Suas penas
diz audivelemente seu nome.`
´E eu mesma ensinar-lhe-ei,
eu mesma, jazendo assim,
as canções que canto aqui, nas que sua voz
deter-se-á em murmúrios, lentamente;
e ele encontrará sabedoria na cada pausa,
e algo novo para aprender.`
´(¡Ai! ¡Nós dois, nós dois, dizes ti!
Se ti eras uma comigo
no passado. ¿Mas talvez elevará Deus
para a unidade eterna
ao alma cuja similitude com a tua
consistia em seu amor para tí?)`
Os dois, disse ela, procuraremos o bosquecinho
onde está Maria,
com suas cinco donzelas, cujos nomes
são cinco doces sinfonias,
Cecilia, Gertrudis, Magdalena,
Margaride e Rosalia.
Em círculo sentadas, com seus encaracolados
cabelos
e suas frentes enfeitadas com grinaldas;
em fina teia, branca como o lume,
bordando o fio dourado
para fazer o traje natal daqueles
que acabam de nascer, porque têm morto.
Ele temerá, feliz, e ficará calado:
Então eu apoiarei minha bochecha
na sua, e direi a respeito de nosso amor,
sem vergonha e sem temor:
E a cara Mãe aprovará
meu orgulho e deixar-me-á falar.`
´Ela levar-nos-á, a mão na mão,
até Aquele junto a Quem todas as almas
se ajoelham, a bicha de cabeças sem número
agachadas com seus aureolas:
E os anjos ao encontrar-se conosco, tocarão
suas cítaras e cíitolas.`
Ali eu pedir-lhe-ei a Cristo, o Senhor
só isto para ele e para mim: -
Viver como uma vez vivemos na terra
com amor, - nada mais estar
como uma vez estivemos por um tempo, agora por
sempre
juntos, ele e eu.´
Ela olhou, e escutou, e disse,
sua voz mais apacível que triste,
´Tudo isto sucederá quando ele vinga`. Ela
calou.
E a luz alumiou-a, cheio
estava o ar de anjos em forte e parejo voo.
Seus olhos rezaram, e ela sorriu.
(Eu vi seu sorriso.) Mas cedo seu caminho
foi vadio em distantes esferas:
E depois ela apoiou seus braços
sobre aquela baranda de ouro,
e deixou cair seu rosto entre as mãos,
e chorou. (Eu ouvi suas lágrimas.)
Dante Gabriel Rossetti- (Londres,
12 de maio de 1828 – Birchington-on-Sea, Kent, 9 de avril de 1882). Poeta,
ilustrador, pintor e tradutor
¡A épica!..., A comunicação por mar
Galecia-Eire deveu existir desde temporãs idades.
Embora,outros também entraram na península Ibérica,os
Tubal (Tudela,Sétubal)
A tribo Tubal é uma tribo sudoriental do Ásia
Menor .Os cimerios tê-los-iam feito retirar à zona montanhosa oriental do Mar
Negro e em momentos dados de sua história foram aliados dos escitas e de outras
tribos para comerciar, guerrear e defender-se de seus enemigos comuns.Eram os
cetubales (do latin coetus=junta,asociação) ou “companheiros de Tubal” .Assim,
da Iberia caucásica emigraram à
península Ibérica. Iberia (em
georgiano: იბერია, em latín: Iberia, em grego: Ἰβηρία),
também conhecida com o nome de Iveria (em georgiano: ივერია), era o nome usado pelos antigos
gregos e romanos para designar ao antigo reino georgiano de Kartli.
Em céltico antiguo Kalta / Kallis significava refúgio, de ali prove Kallaikia
(terra dos que têm refúgio) e de ali ao latin Gallaecia
Kalta Minor in Xiva (Chiwa)
Khiva: uma cidade de Uzbekistan situada ao
sudoeste do país, na província de Corasmia. Segundo a lenda, Jiva foi fundada no lugar no
que Sem (o filho de Noé) cavou os poços Keivah. Jiva foi, até princípios do
século XX, a capital de Corasmia (que foi um reino vassalo do Império persa).
Eibar,possivelmente de Ego Ibar (em Euskera Ibar é vale),
ou vale do rio Ego.
Assim pois,estamos falando de povos e culturas
inter-relacionados;os antecedentes do eixo central desde onde se estruturará a
lusofonia,na parte occidental da península ibérica. Como se vê tudo se compõe
através de um prévio mestiçagem,duma mistura,duma dialética mais ou menos
combativa.Mais nesta vida existe também o individuo uni-pessoal,a lírica
intimista,uns anelos de superação senlheiros do corpo unitário que serão mais
ou menos “coloniais” ou autoritários dentro do próprio devenir de cada quem, que
estão ligados também o ser coletivo, um todo corporativo recuberto do latejar
dum desejo que navega na procura da expansão de tribos ou povos enteiros,a épica.
E farão que esta seja uma ptocura na criminalidade, e
doente na sua intencionalidade avarentam, ou bem ser uma épica gloriosa,que é defensiva,
e defensiva da natureza, que gosta da natureza,que gosta dela.
Mais a realidade dos celtas é um acontecer que
vai ligado a um desejo no que se combinam
os sonhos e a realidade. Não fica nos eidos da escrita,embora é um canto
a vida;com seus crueis rituais também, porém sem essa infame idolatria da
avareza do ser humano imperial.A água ea pedra, a maré ea montanha...
luar na lubre-memoria na noite
William Butler Yeats,com sua lírica romántica descreve também,com referéncias a mitologia celta, nessa intimidade, nessa viagem da fantasia a realidade e viceversa.Nascido em Dublín o 13 de xunho de 1865 e morto en Roquebrune-Cap-Martin o 28 de janeiro de 1939, foi poeta e dramaturgo.
À Rosa sobre a Cruz do Tempo
¡Rosa vermelha, orgulhosa Rosa, triste Rosa de
todos meus dias!
achéga-te, enquanto canto as antigas melodias;
com a amarga maré Cuchulain lutando;
o Druida, cinza, de madeira alimentado, olhos
calmos,
quem a seu ao redor lança os sonhos de Fergus,
e ocultos quebrantos
e tua própria tristeza, onde queira que
comece, se fez velha
dançando com plateadas sandálias sobre o mar,
canta sua elevada melodia.
Achéga-te, não te cegues mais pelo destino do homem,
eu encontro baixo
os ramos do amor e o ódio,
em todas as pobres
e tontas coisas que um dia vivem,
eterna beleza
vagando em sua errante via.
Achéga-te, achéga-te, achéga-te. –¡Ah, deixa-me um momento
ainda para que a
rosa alongue seu alento!
por medo de que
nunca mais escute as simples coisas que anelo;
o débil verme
escondido em sua pequena gruta,
o rato de campo
correndo a meu lado na erva,
e as pesadas esperanças
mortais que se esforçam e passam;
mas solitário
procura o poder ouvir todo o estranho dito
por Deus aos
brilhantes corações longo tempo morto,
e aprende a cantar
uma língua que os homens desconhecem.
Achéga-te; eu cantaria, dantes de que chegue meu tempo,
à idosa Eire e as
antigas melodias:
Rosa Vermelha,orgulhosa
Rosa, triste Rosa de todos meus dias.
Um claro ejemplo dos desejos duma composição nos feitos da natureza eo amor.
E achegaram-se
os romãos, e com eles o latim.No
occidente peninsular falavam-se as
linguas celtas galaica e lusitana. O
latim vulgar foi-se extendendo pelo século II d.C para desenvolver-se no galego-português no século
VIII. Foi língua culta fora
dos reinos da Galiza e de Portugal, nos reinos vizinhos de Leão e Castela. Eram
tempos do començo da chamada Reconquista.
Agora, para seguir esta viagem,e pelos roteiros da historia, imos dar uma brincadeira com impulso lusofono descendente no manto geográfico do feito peninsular,ate Silves chegamos, cidade portuguesa no Distrito de Faro, no Algarve,no mais ao sul de Portugal, um pulo na história, com outra brincadeira na pegada ascendente que deixa atrás aos suevos e visigodos,estamos no século XI.
Os principados
musulmán independentes na península ibérica eram os reinos de Taifas ou
Emiratos,(o que consideramos nós provincias) que estabeleceram sua hegemonia a
partir do derrocamento do Califato de Córdoba.Uma de essas Taifas era a de
Sevilha,e nela Silves.
A Saudade, a
melancolia na auséncia
"Evocação de Silves"
Saúda, por mim, Abû Bakr,
Os queridos lugares de Silves
E diz-me se deles a saudade
É tão grande quanto a minha.
Saúda o Palácio das Varandas,
Da parte de quem nunca as esqueceu.
Morada de leões e de gazelas
Salas e sombras onde eu
Doce refúgio encontrava
Entre ancas opulentas
E tão estreitas cinturas.
Moças níveas e morenas
Atravessavam-me a alma
Como brancas espadas
Como lanças escuras.
Ai quantas noites fiquei,
Lá no remanso do rio,
Preso nos jogos do amor
Com a da pulseira curva,
Igual aos meandros da água
Enquanto o tempo passava...
E me servia de vinho:
O vinho do seu olhar,
Às vezes o do seu copo,
E outras vezes o da boca.
Tangia-me o alaúde
E eis que eu estremecia
Como se estivesse ouvindo
Tendões de colos cortados.
Mas se retirava o manto,
Grácil detalhe mostrando,
Era ramo de salgueiro
Que abria o seu botão
Para ostentar a flor.
Al-Mu'tamid (adaptação a partir de várias versões de Adalberto Alves)
Os queridos lugares de Silves
E diz-me se deles a saudade
É tão grande quanto a minha.
Saúda o Palácio das Varandas,
Da parte de quem nunca as esqueceu.
Morada de leões e de gazelas
Salas e sombras onde eu
Doce refúgio encontrava
Entre ancas opulentas
E tão estreitas cinturas.
Moças níveas e morenas
Atravessavam-me a alma
Como brancas espadas
Como lanças escuras.
Ai quantas noites fiquei,
Lá no remanso do rio,
Preso nos jogos do amor
Com a da pulseira curva,
Igual aos meandros da água
Enquanto o tempo passava...
E me servia de vinho:
O vinho do seu olhar,
Às vezes o do seu copo,
E outras vezes o da boca.
Tangia-me o alaúde
E eis que eu estremecia
Como se estivesse ouvindo
Tendões de colos cortados.
Mas se retirava o manto,
Grácil detalhe mostrando,
Era ramo de salgueiro
Que abria o seu botão
Para ostentar a flor.
Al-Mu'tamid (adaptação a partir de várias versões de Adalberto Alves)
Muhammad ibn 'Abbad al-Mu'tamid ou Abad III (1040-1095) foi o terceiro e último rei da dinastia
Abádidas que governaram a taifa de Sevilha no século XI. Foi também um dos poetas
mais importantes do Al-Andalus.
Este é um ejemplo de saudade no amor,na
auséncia do ser amado.
Em Silves, al-Mu'tamid conheceu a Ibn Ammar, poeta nascido em Shannabus, seu talento para a
poesia atraiu ao jovem A Mu'tamid, que se converteu em seu amante, eo nomeou
visir de Sevilha depois da morte de seu pai.Ibn Ammar era profundamente
ambicioso e por diversas vezes conspirou contra al-Mu'tamid. Ibn Ammar usaria
mesmo as suas habilidades poéticas para escrever uma série de versos que
ridicularizavam al-Mu'tamid e a sua amada, I'timad. Al-Mu'tamid acabaria por
prender Ibn Ammar e durante um ataque de fúria entrou na cela onde aquele se
achava e matou-o com um machado.
“O divertimento chegou a corte,
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