viernes, 31 de mayo de 2013

INTRODUÇÃO-PRIMEIRA PARTE-DESDE OS CELTAS ATE O SÉCULO XII


 ESCOLMA POETICA DESCRITIVA-INTRODUÇÃO

PRIMEIRA PARTE-DESDE OS CELTAS ATE O SÉCULO XII

A Épica tem algo de lírica,porém a lírica vai  mais além da épica por seu caráter anterior, individual e intimista. As duas têm em comum esse rasgo musical que define à poética. O ser humano que chora, se lamenta de sua condição ou se emociona de prazer com a natureza e seus atritos, esse ser humano que choca uma pedra com outra pelo goze de tal atrito, de qual proceder também se infere  seu poder de dominação e conquista. O roce de dois corpos pode ser amatorio ou homicida, ou as duas coisas ao mesmo tempo também podem ser, devido ao complexo da condição humana, pois existe também uma épica do orgulho de não se deixar vencer; mas apesar disto também a violência vem da consciência subjetiva, sendo assim poder ser tremendamente cruel e cantar como as deuses e deuses em dom generoso da natureza. ¡Ai!..., ¡A épica! O dizer se é a condição homicida anterior à amatoria, ou se são mulher e homem maus por natureza e depois bons na caridade, ou se é pelo contrário a verdadeira identidade uma sozinha e cheia de harmonia apaciguadora, e a sua vez perdida a candura brota um suco de esperança de vida e desejo de voltar a essas raízes amatorias, uma introspeção subjetiva que procura a paz tendo que se encontrar no meio de batalhas, numa guerra de cruzadas provocadas pela condição mais infame da humanidade.
 
 
 
John William Waterhouse-Ulises e as Sereias
De tudo isto há um dado curioso que pode desocupar alguma dúvida. ¿Que faz a lira nestas batalhas?, .Bom, mais bem..., ¡quero dizer!…, ¿pode-se amar a natureza e ao mesmo tempo assassiná-a? Mas bem parece que não. Nerão tinha um desejo, cria ser um artista, seguramente que amaria a plasticidade das áureas que inspiram às mussas, mas isso de por sim só nada diz-nos, pois não era mais que um déspota criminoso e rencoroso, ¡isso não é amar a natureza!, isso é querer  possui-a.






“Há quem canta como uma oferenda sangrenta e quem o faz como os rouxinóis”.




Por conseguinte a lira, logo o fórminge, que está entre a lira e a cítara…
 
 

 

 

Suicídio de Áyax o grande por Nicolas Poussin

“Quando chegaram Fénix, Áyax e Ulisses como embaixadores de Agamenão ante a loja de Aquiles, o encontraram tocando na fórminge uma melancolica melodia. Sua única companhia era seu amigo Patroclo e o silêncio da noite”.

 
Musa celeste II, os grandes ciclos: Herácles, Jasón e Troya-Jesús Taboada
 
 
 
 

E com a cítara aparece também a cítole, que parece ser um instrumento diferente da primeira,mais antigacum:
 
 
 


A Donzela Bem-aventurada
 
A Donzela Bem-aventurada inclinou-se
sobre a baranda de ouro do Céu;
seus olhos eram mais profundos que a fundura
de águas aquietadas ao entardecer;
tinha três lírios na mão,
e as estrelas de seu cabelo eram sete.
 
A seu vestido, solto desde o broche da bainha,
não o enfeitava nenhuma flor,
exceto uma rosa branca, presente de Mara,
levada convenentemente para o ofício
seu cabelo, que caía ao longo de suas costas
era amarelo como o trigo maduro.
 
A ela lhe parecia ter passado quasse não um dia
de que era uma das coristas de Deus;
ainda não se tinha ido do todo o assombro
de sua tranquila mirada,
para aqueles a quem ela tinha deixado, seu dia
tinha sido contado como dez anos.
 
(Para um, são dez anos de anos.
...E no entanto, neste mesmo lugar,
ela se inclinou uma vez sobre mim, - seus cabelos
caíam sobre meu rosto...
Nada: a queda otonhal das folhas.
O ano inteiro passa veloz.)
 
Sobre a muralha da casa de Deus
ela estava de pé;
edificada por Deus sobre a profundidade vertical
onde começa o Espaço;
tão alta, que olhando desde ali para abaixo
ela mal podia ver o sol.
 
[A casa] está no Céu, para além do torrente
de éter, como uma ponte.
Abaixo, as marés do dia e da
noite com lumes e escuridão formam
o vazio, que chega até o fundo onde este mundo
gira como um mosquito irritado.
 
A seu ao redor, amantes re-encontrados
entre as aclamações imortais do amor,
pronunciavam entre si,
seus nomes lembrados no coração;
e as almas, que iam subindo para Deus
passavam a seu lado como delgadas chamas.
 
Mas ela seguia inclinando-se, e observando
para abaixo desde aquele balcão;
até que seu peito deveu
entibiar o metal da baranda,
e os lirios ficaram como dormidos
ao longo de seu braço dobrado.
 
Desde esse lugar fixo no Céu ela viu
que o tempo se agitava como um pulso intenso
através de todos os mundos. Sua mirada esforçava-se,
por atingir através desse grande abismo
seu caminho; e depois ela falou uma vez como
quando as estrelas cantaram em suas esferas.
 
O sol tinha-se ido agora; a encaracolada lua
era como uma pequena pluma
esvoaçando no abismo; e agora
ela falou através do ar inquieto.
Sua voz era como a voz que tinham as estrelas
quando cantaram juntas.
 
(¡Ah, quão doce! Inclusive agora, nessa canção de pássaro,
¿não tentavam talvez suas palavras,
atingir a lonjura? Quando essas sinetas
possuíram o ar do meio dia,
¿não tentaram talvez seus passos chegar a meu lado
baixando aquela resonante escada?)
 
´Desejo que ele vinga a mim,
porque ele virá`, disse ela.
´¿Talvez não tenho rezado ao Céu?-na terra,
Senhor, Senhor, ¿talvez ele não tem rezado?
¿Não são dois rogaçãos uma perfeita força?
 
¿E devo sentir medo?`
 
´Quando a auréola rodeie sua cabeça,
e ele esteja vestido de alvo,
eu tomá-o-ei da mão e levá-o-ei
aos fundos poços de luz;
e baixaremos até a corrente,
e banhar-nos-emos à vista de Deus`
 
´Estaremos de pé ao lado desse santuário,
oculto, afastado, não pisado,
cujos candeeiros estão agitados continuamente
com as preces que sobem para Deus;
e veremos nossas velhas preces cumprir-se e dissolver-se
como se fossem nubecinhas.
 
E dormiremos à sombra
dessa mítica árvore vivente
em cujo secreto ramagem
sente-se que às vezes está a Pomba,
e a cada folha que tocam Suas penas
diz audivelemente seu nome.`
 
´E eu mesma ensinar-lhe-ei,
eu mesma, jazendo assim,
as canções que canto aqui, nas que sua voz
deter-se-á em murmúrios, lentamente;
e ele encontrará sabedoria na cada pausa,
e algo novo para aprender.`
 
´(¡Ai! ¡Nós dois, nós dois, dizes ti!
Se ti eras uma comigo
no passado. ¿Mas talvez elevará Deus
para a unidade eterna
ao alma cuja similitude com a tua
consistia em seu amor para tí?)`
 
Os dois, disse ela, procuraremos o bosquecinho
onde está Maria,
com suas cinco donzelas, cujos nomes
são cinco doces sinfonias,
Cecilia, Gertrudis, Magdalena,
Margaride e Rosalia.
 
Em círculo sentadas, com seus encaracolados cabelos
e suas frentes enfeitadas com grinaldas;
em fina teia, branca como o lume,
bordando o fio dourado
para fazer o traje natal daqueles
que acabam de nascer, porque têm morto.
 
Ele temerá, feliz, e ficará calado:
Então eu apoiarei minha bochecha
na sua, e direi a respeito de nosso amor,
sem vergonha e sem temor:
E a cara Mãe aprovará
meu orgulho e deixar-me-á falar.`
 
´Ela levar-nos-á, a mão na mão,
até Aquele junto a Quem todas as almas
se ajoelham, a bicha de cabeças sem número
agachadas com seus aureolas:
E os anjos ao encontrar-se conosco, tocarão
suas cítaras e cíitolas.`
 
Ali eu pedir-lhe-ei a Cristo, o Senhor
só isto para ele e para mim: -
Viver como uma vez vivemos na terra
com amor, - nada mais estar
como uma vez estivemos por um tempo, agora por sempre
juntos, ele e eu.´
 
Ela olhou, e escutou, e disse,
sua voz mais apacível que triste,
´Tudo isto sucederá quando ele vinga`. Ela calou.
E a luz alumiou-a, cheio
estava o ar de anjos em forte e parejo voo.
Seus olhos rezaram, e ela sorriu.
 
(Eu vi seu sorriso.) Mas cedo seu caminho
foi vadio em distantes esferas:
E depois ela apoiou seus braços
sobre aquela baranda de ouro,
e deixou cair seu rosto entre as mãos,
e chorou. (Eu ouvi suas lágrimas.)

 

Dante Gabriel Rossetti- (Londres, 12 de maio de 1828 – Birchington-on-Sea, Kent, 9 de avril de 1882). Poeta, ilustrador, pintor e tradutor
 
 
 

¡A épica!..., A comunicação por mar Galecia-Eire deveu existir desde temporãs idades.

Embora,outros também entraram na península Ibérica,os Tubal (Tudela,Sétubal)
 
 
A tribo Tubal é uma tribo sudoriental do Ásia Menor .Os cimerios tê-los-iam feito retirar à zona montanhosa oriental do Mar Negro e em momentos dados de sua história foram aliados dos escitas e de outras tribos para comerciar, guerrear e defender-se de seus enemigos comuns.Eram os cetubales (do latin coetus=junta,asociação) ou “companheiros de Tubal” .Assim, da Iberia caucásica  emigraram à península Ibérica. Iberia (em georgiano: იბერია, em latín: Iberia, em grego: βηρία), também conhecida com o nome de Iveria (em georgiano: ივერია), era o nome usado pelos antigos gregos e romanos para designar ao antigo reino georgiano de Kartli.

 

Em céltico antiguo Kalta / Kallis significava refúgio, de ali prove Kallaikia (terra dos que têm refúgio) e de ali ao latin Gallaecia

 

 

 

Kalta Minor in Xiva (Chiwa)

 
 
 

 
 
 
 
 
 

Khiva: uma cidade de Uzbekistan situada ao sudoeste do país, na província de Corasmia. Segundo a lenda, Jiva foi fundada no lugar no que Sem (o filho de Noé) cavou os poços Keivah. Jiva foi, até princípios do século XX, a capital de Corasmia (que foi um reino vassalo do Império persa).

 

 


 


Eibar,possivelmente de Ego Ibar (em Euskera Ibar é vale), ou vale do rio Ego.

 


Assim pois,estamos falando de povos e culturas inter-relacionados;os antecedentes do eixo central desde onde se estruturará a lusofonia,na parte occidental da península ibérica. Como se vê tudo se compõe através de um prévio mestiçagem,duma mistura,duma dialética mais ou menos combativa.Mais nesta vida existe também o individuo uni-pessoal,a lírica intimista,uns anelos de superação senlheiros do corpo unitário que serão mais ou menos “coloniais” ou autoritários dentro do próprio devenir de cada quem, que estão ligados também o ser coletivo, um todo corporativo recuberto do latejar dum desejo que navega na procura da expansão de tribos ou povos enteiros,a épica.
E farão que  esta seja uma ptocura na criminalidade, e doente na sua intencionalidade avarentam, ou bem ser uma épica gloriosa,que é defensiva, e defensiva da natureza, que gosta da natureza,que gosta dela.

 

Mais a realidade dos celtas é um acontecer que vai ligado a um desejo no que se combinam  os sonhos e a realidade. Não fica nos eidos da escrita,embora é um canto a vida;com seus crueis rituais também, porém sem essa infame idolatria da avareza do ser humano imperial.A água ea pedra, a maré ea montanha...

 luar na lubre-memoria na noite
 
 

William Butler Yeats,com sua lírica romántica descreve também,com referéncias a mitologia celta, nessa intimidade, nessa viagem da fantasia a realidade e viceversa.Nascido em Dublín o 13 de xunho de 1865 e morto en Roquebrune-Cap-Martin o 28 de janeiro de 1939, foi  poeta e dramaturgo
.

 


À Rosa sobre a Cruz do Tempo


 


¡Rosa vermelha, orgulhosa Rosa, triste Rosa de todos meus dias!
achéga-te, enquanto canto as antigas melodias;
com a amarga maré Cuchulain lutando;
o Druida, cinza, de madeira alimentado, olhos calmos,
quem a seu ao redor lança os sonhos de Fergus, e ocultos quebrantos
e tua própria tristeza, onde queira que comece, se fez velha
dançando com plateadas sandálias sobre o mar,
canta sua elevada melodia.
 
Achéga-te, não te cegues mais pelo destino do homem,
eu encontro baixo os ramos do amor e o ódio,
em todas as pobres e tontas coisas que um dia vivem,
eterna beleza vagando em sua errante via.
 
Achéga-te, achéga-te, achéga-te. –¡Ah, deixa-me um momento
ainda para que a rosa alongue seu alento!
por medo de que nunca mais escute as simples coisas que anelo;
o débil verme escondido em sua pequena gruta,
o rato de campo correndo a meu lado na erva,
e as pesadas esperanças mortais que se esforçam e passam;
mas solitário procura o poder ouvir todo o estranho dito
por Deus aos brilhantes corações longo tempo morto,
e aprende a cantar uma língua que os homens desconhecem.
Achéga-te; eu cantaria, dantes de que chegue meu tempo,
à idosa Eire e as antigas melodias:
Rosa Vermelha,orgulhosa Rosa, triste Rosa de todos meus dias.

 


Um claro ejemplo dos desejos duma composição nos feitos da natureza eo amor.

 

 

 


E achegaram-se os  romãos, e com eles o latim.No occidente peninsular  falavam-se as linguas celtas  galaica e lusitana. O latim vulgar foi-se extendendo pelo século II d.C para desenvolver-se no galego-português no século VIII. Foi língua culta fora dos reinos da Galiza e de Portugal, nos reinos vizinhos de Leão e Castela. Eram tempos do començo da chamada Reconquista.




Agora, para seguir esta viagem,e pelos roteiros da historia, imos dar uma brincadeira com impulso lusofono descendente no manto geográfico do feito peninsular,ate Silves chegamos, cidade portuguesa no Distrito de Faro, no Algarve,no mais ao sul de Portugal, um pulo na história, com outra brincadeira na pegada ascendente que deixa atrás aos suevos e visigodos,estamos no século XI.
Os principados musulmán independentes na península ibérica eram os reinos de Taifas ou Emiratos,(o que consideramos nós provincias) que estabeleceram sua hegemonia a partir do derrocamento do Califato de Córdoba.Uma de essas Taifas era a de Sevilha,e nela Silves.
 
 
 
A Saudade, a melancolia na auséncia  
 

 

 

 

"Evocação de Silves"

 

 

Saúda, por mim, Abû Bakr,
Os queridos lugares de Silves
E diz-me se deles a saudade
É tão grande quanto a minha.
Saúda o Palácio das Varandas,
Da parte de quem nunca as esqueceu.
Morada de leões e de gazelas
Salas e sombras onde eu
Doce refúgio encontrava
Entre ancas opulentas
E tão estreitas cinturas.
Moças níveas e morenas
Atravessavam-me a alma
Como brancas espadas
Como lanças escuras.
Ai quantas noites fiquei,
Lá no remanso do rio,
Preso nos jogos do amor
Com a da pulseira curva,
Igual aos meandros da água
Enquanto o tempo passava...
E me servia de vinho:
O vinho do seu olhar,
Às vezes o do seu copo,
E outras vezes o da boca.
Tangia-me o alaúde
E eis que eu estremecia
Como se estivesse ouvindo
Tendões de colos cortados.
Mas se retirava o manto,
Grácil detalhe mostrando,
Era ramo de salgueiro
Que abria o seu botão
Para ostentar a flor.

Al-Mu'tamid (adaptação a partir de várias versões de Adalberto Alves)
 
Muhammad ibn 'Abbad al-Mu'tamid ou Abad III (1040-1095) foi o terceiro e último rei da dinastia Abádidas que governaram a taifa de Sevilha no século XI. Foi também um dos poetas mais importantes do Al-Andalus.
 
Este é um ejemplo de saudade no amor,na auséncia do ser amado.
 
Em Silves, al-Mu'tamid conheceu a Ibn Ammar,  poeta nascido em Shannabus, seu talento para a poesia atraiu ao jovem A Mu'tamid, que se converteu em seu amante, eo nomeou visir de Sevilha depois da morte de seu pai.Ibn Ammar era profundamente ambicioso e por diversas vezes conspirou contra al-Mu'tamid. Ibn Ammar usaria mesmo as suas habilidades poéticas para escrever uma série de versos que ridicularizavam al-Mu'tamid e a sua amada, I'timad. Al-Mu'tamid acabaria por prender Ibn Ammar e durante um ataque de fúria entrou na cela onde aquele se achava e matou-o com um machado.

 

A vida na corte tem um alto componente occioso no que as horas de seus dias cobrir-se-ão em parte com a lembrança e a promoção das outras horas fruto da Reconquista. Na Occitania francesa livraram-se cruentas batalhas contra as invasões árabes.Cantares de Gesta…¡que dizer! ,se vai já o significado no titular. A Chanson de Roland, quiçá a mais famosa,Orlando narra os contínuos hostigamentos e derrotas de Carlomagno em frente aos muçulmans.Agora são os juglares eos trovadores.



“O divertimento chegou a corte,
Juglares e juglaresas
Cantam en mome do trovador
São tempos de Reconquista,
Embora também canta
A voz mais intimista”
 
E de Provenza chega a corte do Reino de Galiza e Norte de Portugal.É aqui onde  a lírica galego portuguesa nasce,onde fala a lusofonia na intimidade e na épica.
 

 


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miércoles, 29 de mayo de 2013

INTRODUÇÃO-PRIMEIRA PARTE-DESDE A PEDRA ATE OS FILHOS DE MIL



ESCOLMA POETICA DESCRITIVA-INTRODUÇÃO


PRIMEIRA PARTE-DESDE A PEDRA ATE OS FILHOS DE MIL





Começo aqui um capítulo introdutório que divido em varias partes.A primeira vai desde os inicios do ser humano, depois de baixar da árvore ate os filhos de Mil,dentro da cultura celta.Um trabalho no que irei introduzindo poemas que levarão a sitios diferentes, mais tambénentrelaçados.Tudo dentro do formoso marco dos territorios de fala lusofona.

 
O primeiro antecedente da poesia no ser humano vem do roce de dois corpos. Quando um objecto está em contacto com outro se produz um  atrito. Esse objecto primário que bate leva em seu próprio exercício vital a resolução de um enigma que em modo algum deixa de ser natural; Esses atritos, esses sons cobram novos valores subjetivos quando esse homínido erguido é consciente de que os pode criar com os atributos de seu corpo. Assim, apanha duas pedras e  reproduz sons diferentes, sendo estes sons diferentes também segundo sejam as dimensões das pedras. Imagino eu a esses macacos passando longas horas esfregando pedras de diferentes dimensões, pesquisando sobre os sons da natureza . É como a satisfação de um desejo,como o que impulsiona ao raio sobre a árvore para que nasça o fogo. A condição primata que aninha nessa árvore,e em muitas outras baixa ao solo e se vai erguendo. ¿Por que faz isto esse macaco?  Pois, porque é um macaco curioso, muito curioso e rodeado de sons por todas partes, e evolue a partir de ouvir issos sons rodeado de atritos, de objetos de desejo, como são os produzidos pela acção do vento sobre as folhas, sobre a mar, a montanha ou mesmo o céu...
 
Mais..., falando do vento. O científico e escritor Günter D. Roth define-o como a compensação das diferenças de pressão atmosférica ou pressão que exerce o ar sobre a terra entre dois pontos.Parece-me uma boa definição.É um desejo feito realidade de harmonia.Outra definição que pode-se fazer leva-nos a lírica para diferenciar,ou mais bem delimitar esta dentro dum todo que é a poetica:
O SALGUEIRO EO CIPRESTE
Quando muito próximo da noite umbría,
Deixando o prado e a floresta amena,
A tarde melancólica e serena,
Seu misterioso manto recolhia,
Um macilento salgueiro se baloiçia
Por dar alívio a sua constante pena,
E, em voz macia e de suspiros enche
Ao são do vento murmurar se ouvia:
-¡Triste nasci!... mas no mundo moram
Seres felizes, que o penoso duelo,
E o pranto oculto, e a tristeça ignoram"
Disse, e seus ramos espalhou no solo.
-Ditosos, ¡ai!, os que na terra choram,
Contestou-lhe um cipreste, olhando ao céu.
Outubro 1849.
De: José Selgas Carrasco (Lorca (Murcia), 27 de novembro de 1822 - Madrid, 5 de fevreiro de 1882)-La Primavera-El Sauce y el Ciprés (1850)-Soneto



SALGUEIRO


´
É esta una tradução livre e literal dum ejemplo de definição do vento dentro da lírica, que sem entrar o criador dela nos limites geográficos da lusofonia  atua aquí como ese movimento de desejo de um todo poético.Este movimento não é um movemento conspirátorio,não vai na procura des-estabilizadora,senão tudo o contrário,na procura do equilibrio
Assim pois,o ate aqui comentado gira numa condição para mim essencial na poetica, a da  união da poetica com a musica, e mais concretamente com a lírica,a qual eu ficaria as suas origens entre a anterior condição investigadora do ser humano que esfrega essas pedras e o corpo poetico num todo refleitado na escrita.



A Lira deu paso logo a cítara a guitarra e o laúd entre outros instrumentos de corda



Porque as próprias palavras são cono as fontes que atuam nas pesquissas que  levam ate a chave que abre a comprensão.A Lírica ea Lira

A lira é também uma estrofa de cinco versos com rima consonante, heptasílabos e endecasílabos esquema 7a 11B 7a 7b 11B.
Chega hastra min, profunda
como a tétrica queixa lastimada
de cerva moribunda
solouzante e cansada,

a vos dorida da muller amada.
Manuel Curros Enríquez, Aires da miña terra, 1880 (Nótese o caráter lírico,é dizer,imntimista da composição)
“A origem dos celtas britânicos -asevera Brian Sykes- não se acha em Europa Central senão no noroeste de Espanha”.


 
Sangue nas Ilhas .Bryan Sykes (nascido o 9 de setembro de 1947, professor británico de genética na Universidade de Oxford)


O Leabhar Ghabhála Érenn  é um conjunto de manuscritos que relatam a construção nacional irlandesa como soma das diferentes invasões celtas desde sua criação até o século XI.Pouco dantes do começo de era-a cristã, produz-se uma nova invasão dos chamados “filhos de Mil” ou Milesios, os quais depõem aos três últimos reis Dannans e se fazem com o controle do sul de Irlanda. Estes novos invasores originarios do reino de Escitia, segundo o Leabhar Ghabald, proviam do noroeste de Espanha. Os Milesios chegaram a Irlanda procedentes de Galiza para vingar a morte de Ith (filho de Breogán)


 
Amhairghin mac Míled (ou Amergin), conhecido também como Amhairghin glúngel ("Amergin joelho branco"), foi o filho de Míl Espáine (Mil de Hispania) druida, filidh e juiz dos Milesianos, identificados dentro da mitología Irlandesa como os primeiros habitantes gaélicos de Irlanda. Existem vários poemas atribuídos a Amergin.Um e este,um exemplo da “Lírica Milesia “:

"Eu sou o vento que sopra sobre as águas;

Eu sou a onda do océano;

 Eu sou o murmullo das ondas;

 Eu sou o boi dos sete combates;

 Eu sou o abutre na montanha;

 Eu sou uma lágrima do sol;

 Eu sou a mais formosa das plantas;

 Eu sou um valente javali selvagem.

 Eu sou um salmão no água.

Eu sou um lago da planície.

Eu sou a palavra certera;

Eu sou a lança que fere na batalha;

Eu sou o deus que cria ou forma na cabeça do homem o fogo do pensamento.

¿Quem é o que alumia a assembleia na montanha, se não eu?

 ¿Quem conhece as idades da lua, se não eu?

¿Quem mostra o lugar onde o sol vai descansar se não eu?

 ¿Quem lume ao ganhado do Lar de Tethra?

 ¿A quem sorri o ganhado de Tethra?

 ¿Por que é o deus que forma encantamentos -

 - o encantamento da batalha e o vento da mudança?"